Fala sério, tá dando um trabalho sentido
essa série de posts sobre os álbuns do Maiden, mas como um fã cujo sonho é ver
um show, não paramos por aqui e, por isso, vamos adiante. Uma curiosidade para
dar uma esquentadinha na postagem. Você sabia que Bruce Dickinson, entre as
muitas coisas que ele sabe fazer, é um esgrimista que já foi capitão da seleção
inglesa de esgrima e por pouco não participou de uma olimpíadas?
1984 |
“Powerslave” é o quinto álbum do Iron
Maiden. Ele é lançado no dia 3 de setembro de 1984 e traz um belo desenho, rico
em detalhes, com traços firmes que fazem esse desenho ser escolhido como a capa
favorita de Dave Murray (guitarrista) e Bruce Dickinson (vocalista). Temos uma
enorme pirâmide, símbolo da potência que foi a civilização egípcia no nosso
mundão, dotada de uma arquitetura impressionante e muito boa. Eddie, agora, é
um faraó e está sentado, enquanto escravos carregam o que parece ser um
sarcófago de um faraó mumificado. Uma cobra naja está um pouco acima da cabeça
de Eddie. Há uma luz irradiante do que pode ser uma pedra preciosa que emana
uma energia. Enfim, é um belo desenho. O disco é composto por 8 faixas, são elas: “Aces High”;
“Two Minutes to Midnight”; “Losfer Words (Big’ Orra)”; “Flash of the Blade”; “The
Duellists”; “Back in the Village”; “Powerslave”; e “Rime of the Ancient Mariner”.
Musicalmente,
muitos críticos afirmam que esse é o melhor do Iron Maiden, dotado de um Heavy
Metal mais puro. Percebe-se toda a atmosfera egípcia criada no álbum com a
terceira música que é um instrumental num estilo egípcio e a canção Powerslave
que trata dos escravos do poder. Além disso, “Rime of the Ancient Mariner” é
baseada num poema homônimo de Samuel Taylor Coleridge (apresentei um seminário
na faculdade sobre esse cara).
1984 |
Relacionados ao álbum de 1984, estão os singles “Aces High” e “2 Minutes to
Midnight”. O primeiro single de que
falamos é “Two Minutes to Midnight”, ele foi lançado no dia 6 de agosto de 1984,
conta também com as canções “Rainbow’s Gold” e “Mission from ‘Arry”. A música “Two
Minutes to Midnight” faz referência ao Relógio do Apocalipse, de uso do
Bolletin of the Atomic Scientists, em que a meia-noite significa extinção da raça
humana por meio de bombas atômicas. A ocasião que inspirou a canção ocorreu em
1953, num período em que tanto a U.R.S.S. e os E.U.A. faziam testes atômicos e
o relógio chegou à marcação de 23 horas e 58 minutos. Na imagem do single, vemos Eddie, um soldado,
segurando uma arma das forças armadas, ao fundo algumas bandeiras balançando ao
vento e um cogumelo de fumaça que indica uma explosão atômica. Tudo isso
evidencia o teor político da capa em que vemos bandeiras, como, a da União
Soviética, dos Estados Unidos da América, da Grã-Bretanha, de Israel, de Cuba,
o que ressalta o conflito entre o capitalismo e o comunismo. Além disso, Eddie
faz a consagrada pose do Tio San (do lema “I Want You”) em que recruta soldados
para o exército norte-americano.
1984 |
“Aces High” foi o single lançado posteriormente ao álbum Powerslave, o décimo
primeiro da banda. A canção homônima traz parte de um discurso de Winston
Churchill. Se você não sabe quem foi esse cara, amigo, o Maiden te incita a
procurar. O que posso adiantar é que ele foi o primeiro-ministro britânico
durante a Segunda Guerra Mundial e é aclamado por muitos em sua terra. Além
disso, ele tem um Nobel de Literatura, então, paga pau para o cara e para o
Maiden com essa mini-aula de Cultura de Língua Inglesa. A canção traz a
realidade de um piloto da aeronáutica britânica que se vê contra os caças
alemães durante a Batalha da Grã-Bretanha, em 1940. O comecinho do filme “Crônicas
de Nárnia: O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa” traz a informação visual de
um ataque dos aviões alemães. Enfim,
o discurso é esse: We shall go on to the
end. We shall fight in France. We shall fight on the seas and oceans. We shall
fight with growing confidence and growing strength in the air (Nós iremos
até o fim. Nós lutaremos na França. Nós lutaremos sobre os
mares e oceanos. Nós lutaremos com crescente confiança e força no ar) We shall defend our island whatever the cost
may be. We shall fight on the beaches. We shall on the landing
grounds. We shall fight in the fields and in the streets. We shall fight in the
hills. We shall never
surrender! (Nós defenderemos nossa ilha não importa o preço
que custe. Nós lutaremos nas praias. Nós lutaremos nos campos de pouso. Nós
lutaremos nos campos e nas ruas. Nós lutaremos nas colinas. Nós nunca iremos
nos render!). Além dessa canção, o single
conta com as músicas “King of Twilight”, cover da banda Nektar, e “The Number
of the Beast”, em uma versão ao vivo. Na imagem, observamos Eddie, bem bravo,
pilotando um avião da força aérea britânica, enquanto ao fundo outro avião
parece ter sido abatido. Boa imagem. Os artistas desses singles e do álbum
Powerslave são: Bruce Dickinson, nos vocais; Steve Harris, no baixo; Adrian
Smith e Dave Murray, nas guitarras; e Nicko McBrain, na bateria.
1985 |
Desde 1979, a banda disponibiliza
conteúdo para os fãs, ou seja, tem concretizado a sua produção artística na
forma de discos. Em 1985 isso não muda e, embora não lancem um álbum gravado em
estúdio, surge o seu primeiro disco ao vivo, intitulado “Iron Maiden Live After
Death”. Essa produção artística consiste na apresentação que aconteceu na
Califórnia em 1985 e, algumas das faixas finais (adicionadas no relançamento da
discografia, em 1998, na forma de um “disco 2”), a uma apresentação em Londres,
em 1984. A capa mostra Eddie saindo de uma cova cuja lápide tem uma citação de
uma frase do autor inglês H. P. Lovecraft. O mascote do Maiden parece estar
acorrentado e chamas estão a sua volta, mas isso não parece ser um problema. O setlist, as faixas do álbum são: “Intro Winston
Churchill’s Speech”; “Aces High”; “Two Minutes to Midnight”; “The Trooper”; “Revelations”;
“Flight of Icarus”; “Rime of the Ancient Mariner”; “Powerslave”; “The Number of
the Beast”; “Hallowed be thy Name”; “Iron Maiden”; “Run to the Hills”; “Running
Free”, no disco 1. No disco 2, há as canções: “Wrathchild”; “22 Acacia Avenue”;
“Children of the Damned”; “Die With Your Boots On”; e “Phantom of the Opera”. A
performance do Maiden nos palcos geralmente são muito boas. Esse, ao meu ver, é
o pior registro em áudio de uma apresentação ao vivo, parece que naquele dia a
respiração dele não estava boa, mas sua afinação se manteve, mas, ele tinha
dificuldade para atingir certas notas, o que não tira o valor da apresentação
cujo visual é perfeito e a caracterização do palco é uma apresentação ao disco “Powerslave”
em que a temática diz respeito à antiga civilização egípcia. A formação da
banda segue com Bruce, no vocal; Harris, no baixo; Adrian Smith e Dave Murray,
nas guitarras; e Nicko McBrain, na bateria. O entrosamento da banda desponta e
parece que desaparece aquela pequena disputa interna por atenção entre Harris,
fundador da banda, e Bruce, o frontman
do grupo. Uma curiosidade, na faixa Revelations, Bruce toca guitarra.
1986 |
No ano seguinte, 1986, é lançado em
junho o sexto álbum de estúdio, “Somewhere in Time” em que a temática é
inspirada no filme Blade Runner e traz uma reflexão sobre o relacionamento do
homem com o tempo. As oito
faixas que compõem o disco são: “Caught Somewhere in Time”; “Wasted Years”; “Sea
of Madness”; “Heaven Can Wait”; “The Loneliness of the Long Distance Runner”; “Stranger
in a Strange Land”; “Déjà Vu”; “Alexander the Great”. A
capa é uma imagem futurista em que Eddie parece ser um robô, equipado com uma
arma futurista e aqueles famosos óculos onde é possível mirar e escanear seres
que atravessam o caminho. A arma de Eddie solta uma fumaça e parece que um
disparo foi recém feito, aparece um braço que parece ser a vítima do mascote.
Além disso, na parte direita, observa-se o que parece ser uma capa do álbum “Iron
Maiden” em que Ed está num estilo punk, há, também, uma pichação que parece ser
Eddie Lives, ou seja, em algum lugar no futuro o Maiden tá ativa. Essa capa é a
favorita de McBrain e Harris. No que diz respeito ao som da banda, a principal
mudança é o uso de sintetizadores responsáveis por criar sons artificiais, o
que causam o efeito do futurismo na banda. A banda continua lançando um produto
por ano e é perceptível que nada foge à qualidade que eles têm nas suas
canções.
1986 |
Em 6 de setembro de 1986, é lançado o single “Wasted Years”, que possui, além
dessa canção, outras intituladas “Reach Out” e “Sheriff of Huddersfield”. Na
imagem da capa, observamos um painel com vários números, o rosto de Eddie em um
monitor e encontramos uma referência à música “Two Minutes to Midnight” em que
no canto direito há uma marcação numérica “23-58”. Em fim, “Wasted Years” é a
primeira canção escrita somente por Adrian Smith e, em minha opinião, a melhor
do álbum “Somewhere in Time”. Além disso, a música “Sheriff of Huddersfield”
foi escrita para o empresário do grupo, Rod Smallwood, que se queixava por ter
se mudado.
1986 |
Em novembro do mesmo ano, sai o single “Stranger in a Stranger Land”,
que possui, além da canção homônima, as músicas “That Girl” e “Juanita”,
pertencentes a grupos amigos do guitarrista Adrian Smith. Conseguimos perceber
certa liderança de Adrian Smith com o conteúdo demonstrado pelo grupo nesse ano.
Na capa, vemos o Eddie como um cyborg usando um sobretudo em um bar segurando
um fósforo. Parece haver alienígenas no lugar ou outros cyborgs com uma
aparência menos humanoide. Além disso, a galera parece bater um carteado e também
há uma referência ao Relógio do Apocalipse em que se marca 11:58.
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