30 de janeiro de 2013

Os Álbuns do Iron Maiden - Parte 3




Fala sério, tá dando um trabalho sentido essa série de posts sobre os álbuns do Maiden, mas como um fã cujo sonho é ver um show, não paramos por aqui e, por isso, vamos adiante. Uma curiosidade para dar uma esquentadinha na postagem. Você sabia que Bruce Dickinson, entre as muitas coisas que ele sabe fazer, é um esgrimista que já foi capitão da seleção inglesa de esgrima e por pouco não participou de uma olimpíadas?


1984

“Powerslave” é o quinto álbum do Iron Maiden. Ele é lançado no dia 3 de setembro de 1984 e traz um belo desenho, rico em detalhes, com traços firmes que fazem esse desenho ser escolhido como a capa favorita de Dave Murray (guitarrista) e Bruce Dickinson (vocalista). Temos uma enorme pirâmide, símbolo da potência que foi a civilização egípcia no nosso mundão, dotada de uma arquitetura impressionante e muito boa. Eddie, agora, é um faraó e está sentado, enquanto escravos carregam o que parece ser um sarcófago de um faraó mumificado. Uma cobra naja está um pouco acima da cabeça de Eddie. Há uma luz irradiante do que pode ser uma pedra preciosa que emana uma energia. Enfim, é um belo desenho. O disco é composto por 8 faixas, são elas: “Aces High”; “Two Minutes to Midnight”; “Losfer Words (Big’ Orra)”; “Flash of the Blade”; “The Duellists”; “Back in the Village”; “Powerslave”; e “Rime of the Ancient Mariner”. Musicalmente, muitos críticos afirmam que esse é o melhor do Iron Maiden, dotado de um Heavy Metal mais puro. Percebe-se toda a atmosfera egípcia criada no álbum com a terceira música que é um instrumental num estilo egípcio e a canção Powerslave que trata dos escravos do poder. Além disso, “Rime of the Ancient Mariner” é baseada num poema homônimo de Samuel Taylor Coleridge (apresentei um seminário na faculdade sobre esse cara).


1984
Relacionados ao álbum de 1984, estão os singles “Aces High” e “2 Minutes to Midnight”. O primeiro single de que falamos é “Two Minutes to Midnight”, ele foi lançado no dia 6 de agosto de 1984, conta também com as canções “Rainbow’s Gold” e “Mission from ‘Arry”. A música “Two Minutes to Midnight” faz referência ao Relógio do Apocalipse, de uso do Bolletin of the Atomic Scientists, em que a meia-noite significa extinção da raça humana por meio de bombas atômicas. A ocasião que inspirou a canção ocorreu em 1953, num período em que tanto a U.R.S.S. e os E.U.A. faziam testes atômicos e o relógio chegou à marcação de 23 horas e 58 minutos. Na imagem do single, vemos Eddie, um soldado, segurando uma arma das forças armadas, ao fundo algumas bandeiras balançando ao vento e um cogumelo de fumaça que indica uma explosão atômica. Tudo isso evidencia o teor político da capa em que vemos bandeiras, como, a da União Soviética, dos Estados Unidos da América, da Grã-Bretanha, de Israel, de Cuba, o que ressalta o conflito entre o capitalismo e o comunismo. Além disso, Eddie faz a consagrada pose do Tio San (do lema “I Want You”) em que recruta soldados para o exército norte-americano.

1984
“Aces High” foi o single lançado posteriormente ao álbum Powerslave, o décimo primeiro da banda. A canção homônima traz parte de um discurso de Winston Churchill. Se você não sabe quem foi esse cara, amigo, o Maiden te incita a procurar. O que posso adiantar é que ele foi o primeiro-ministro britânico durante a Segunda Guerra Mundial e é aclamado por muitos em sua terra. Além disso, ele tem um Nobel de Literatura, então, paga pau para o cara e para o Maiden com essa mini-aula de Cultura de Língua Inglesa. A canção traz a realidade de um piloto da aeronáutica britânica que se vê contra os caças alemães durante a Batalha da Grã-Bretanha, em 1940. O comecinho do filme “Crônicas de Nárnia: O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa” traz a informação visual de um ataque dos aviões alemães. Enfim, o discurso é esse: We shall go on to the end. We shall fight in France. We shall fight on the seas and oceans. We shall fight with growing confidence and growing strength in the air (Nós iremos até o fim. Nós lutaremos na França. Nós lutaremos sobre os mares e oceanos. Nós lutaremos com crescente confiança e força no ar) We shall defend our island whatever the cost may be. We shall fight on the beaches. We shall on the landing grounds. We shall fight in the fields and in the streets. We shall fight in the hills. We shall never surrender! (Nós defenderemos nossa ilha não importa o preço que custe. Nós lutaremos nas praias. Nós lutaremos nos campos de pouso. Nós lutaremos nos campos e nas ruas. Nós lutaremos nas colinas. Nós nunca iremos nos render!). Além dessa canção, o single conta com as músicas “King of Twilight”, cover da banda Nektar, e “The Number of the Beast”, em uma versão ao vivo. Na imagem, observamos Eddie, bem bravo, pilotando um avião da força aérea britânica, enquanto ao fundo outro avião parece ter sido abatido. Boa imagem. Os artistas desses singles e do álbum Powerslave são: Bruce Dickinson, nos vocais; Steve Harris, no baixo; Adrian Smith e Dave Murray, nas guitarras; e Nicko McBrain, na bateria.


1985

Desde 1979, a banda disponibiliza conteúdo para os fãs, ou seja, tem concretizado a sua produção artística na forma de discos. Em 1985 isso não muda e, embora não lancem um álbum gravado em estúdio, surge o seu primeiro disco ao vivo, intitulado “Iron Maiden Live After Death”. Essa produção artística consiste na apresentação que aconteceu na Califórnia em 1985 e, algumas das faixas finais (adicionadas no relançamento da discografia, em 1998, na forma de um “disco 2”), a uma apresentação em Londres, em 1984. A capa mostra Eddie saindo de uma cova cuja lápide tem uma citação de uma frase do autor inglês H. P. Lovecraft. O mascote do Maiden parece estar acorrentado e chamas estão a sua volta, mas isso não parece ser um problema. O setlist, as faixas do álbum são: “Intro Winston Churchill’s Speech”; “Aces High”; “Two Minutes to Midnight”; “The Trooper”; “Revelations”; “Flight of Icarus”; “Rime of the Ancient Mariner”; “Powerslave”; “The Number of the Beast”; “Hallowed be thy Name”; “Iron Maiden”; “Run to the Hills”; “Running Free”, no disco 1. No disco 2, há as canções: “Wrathchild”; “22 Acacia Avenue”; “Children of the Damned”; “Die With Your Boots On”; e “Phantom of the Opera”. A performance do Maiden nos palcos geralmente são muito boas. Esse, ao meu ver, é o pior registro em áudio de uma apresentação ao vivo, parece que naquele dia a respiração dele não estava boa, mas sua afinação se manteve, mas, ele tinha dificuldade para atingir certas notas, o que não tira o valor da apresentação cujo visual é perfeito e a caracterização do palco é uma apresentação ao disco “Powerslave” em que a temática diz respeito à antiga civilização egípcia. A formação da banda segue com Bruce, no vocal; Harris, no baixo; Adrian Smith e Dave Murray, nas guitarras; e Nicko McBrain, na bateria. O entrosamento da banda desponta e parece que desaparece aquela pequena disputa interna por atenção entre Harris, fundador da banda, e Bruce, o frontman do grupo. Uma curiosidade, na faixa Revelations, Bruce toca guitarra.


1986

No ano seguinte, 1986, é lançado em junho o sexto álbum de estúdio, “Somewhere in Time” em que a temática é inspirada no filme Blade Runner e traz uma reflexão sobre o relacionamento do homem com o tempo. As oito faixas que compõem o disco são: “Caught Somewhere in Time”; “Wasted Years”; “Sea of Madness”; “Heaven Can Wait”; “The Loneliness of the Long Distance Runner”; “Stranger in a Strange Land”; “Déjà Vu”; “Alexander the Great”. A capa é uma imagem futurista em que Eddie parece ser um robô, equipado com uma arma futurista e aqueles famosos óculos onde é possível mirar e escanear seres que atravessam o caminho. A arma de Eddie solta uma fumaça e parece que um disparo foi recém feito, aparece um braço que parece ser a vítima do mascote. Além disso, na parte direita, observa-se o que parece ser uma capa do álbum “Iron Maiden” em que Ed está num estilo punk, há, também, uma pichação que parece ser Eddie Lives, ou seja, em algum lugar no futuro o Maiden tá ativa. Essa capa é a favorita de McBrain e Harris. No que diz respeito ao som da banda, a principal mudança é o uso de sintetizadores responsáveis por criar sons artificiais, o que causam o efeito do futurismo na banda. A banda continua lançando um produto por ano e é perceptível que nada foge à qualidade que eles têm nas suas canções.
 
1986
 Em 6 de setembro de 1986, é lançado o single “Wasted Years”, que possui, além dessa canção, outras intituladas “Reach Out” e “Sheriff of Huddersfield”. Na imagem da capa, observamos um painel com vários números, o rosto de Eddie em um monitor e encontramos uma referência à música “Two Minutes to Midnight” em que no canto direito há uma marcação numérica “23-58”. Em fim, “Wasted Years” é a primeira canção escrita somente por Adrian Smith e, em minha opinião, a melhor do álbum “Somewhere in Time”. Além disso, a música “Sheriff of Huddersfield” foi escrita para o empresário do grupo, Rod Smallwood, que se queixava por ter se mudado.


1986
Em novembro do mesmo ano, sai o single “Stranger in a Stranger Land”, que possui, além da canção homônima, as músicas “That Girl” e “Juanita”, pertencentes a grupos amigos do guitarrista Adrian Smith. Conseguimos perceber certa liderança de Adrian Smith com o conteúdo demonstrado pelo grupo nesse ano. Na capa, vemos o Eddie como um cyborg usando um sobretudo em um bar segurando um fósforo. Parece haver alienígenas no lugar ou outros cyborgs com uma aparência menos humanoide. Além disso, a galera parece bater um carteado e também há uma referência ao Relógio do Apocalipse em que se marca 11:58.

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