17 de janeiro de 2013

Desmundo





Não é fácil aceitar, entender o porquê da vida. Viver para tudo acabar dessa forma. Talvez Deus ou o responsável por toda a criação não tenha pensado em como nos sentiríamos ao chegar esse dia.

Uma questão de crenças.

O desespero é tanto que a depressão cresce significativamente na população.

Uns se culpam por não terem sido a pessoa que seus pais sonharam. Outros, por não ter vivido com eles.

Pais não sabem como proteger seus filhos, aliás, se deram conta disso há pouco, deixaram a criação por conta da tecnologia e agora se veem presos num beco sem saída, pacientes estão sós em hospitais, pois os funcionários correm contra o tempo em busca de uma salvação que acreditam existir, o trabalho é desgastante e sair mais cedo uma vez não faria diferença. A família os esquece como quem compra uma roupa nova e aposenta as antigas.


O medo é comum e nos torna indiferentes.

Profecias bíblicas mostram um fim apocalíptico de esperança, mas só se fala em fim dos tempos em vez de mundo novo.

O pessimismo tem constituído parte de nós, mesmo que minimamente.

A religião introduz nas pessoas, aquilo que elas devem fazer para seguir o caminho do bem. Se ela falhar, deve pedir perdão, caso contrário cairá em perdição. Resta esperar pela morte, atormentados ou não.

 Cristãos sabem que seu Deus os espera de braços abertos.

Filhos queridos.


Tudo, exatamente tudo perdeu o sentido.

 A rotina se tornou um verdadeiro inferno. Todos vivem para si, não há motivos para boas ações agora, já é tarde.

Tudo está em falta. Quase não encho meus pulmões de oxigênio.

Preciso cuidar de mim. Refletir e rezar, pedir perdão pelos pecados cometidos.

Não há como se proteger.

Relembrar a juventude e ver que nada disso faz sentido.

Sou único e estou só.

Não há mais tempo.

Sinto pena.

Não há mais sorrisos.

Sinto saudades.

Não há mais nada.

Tenho medo.

Assisto ao ultimo pôr-do-sol. Posso ouvir o vento, sentir a brisa envolver-me o corpo e quase arrancar-me os fios de cabelo.

Fecho os olhos.

Sentidos.

Não há mais tempo.

Preciso ir.

   Pamella de Lima Chiossi.


Pamella nasceu em Foz do Iguaçu, Paraná, no dia 12 de abril de 1995, é estudante do terceiro ano do Magistério no Colégio Barão do Rio Branco e, se pudesse, passaria o dia dormindo e comendo.

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