Não é fácil aceitar, entender o porquê
da vida. Viver para tudo acabar dessa forma. Talvez Deus ou o responsável por
toda a criação não tenha pensado em como nos sentiríamos ao chegar esse dia.
Uma questão de crenças.
O desespero é tanto que a depressão
cresce significativamente na população.
Uns se culpam por não terem sido a
pessoa que seus pais sonharam. Outros, por não ter vivido com eles.
Pais não sabem como proteger seus
filhos, aliás, se deram conta disso há pouco, deixaram a criação por conta da
tecnologia e agora se veem presos num beco sem saída, pacientes estão sós em
hospitais, pois os funcionários correm contra o tempo em busca de uma salvação
que acreditam existir, o trabalho é desgastante e sair mais cedo uma vez não faria
diferença. A família os esquece como quem compra uma roupa nova e aposenta as
antigas.
O medo é comum e nos torna indiferentes.
Profecias bíblicas mostram um fim
apocalíptico de esperança, mas só se fala em fim dos tempos em vez de mundo
novo.
O pessimismo tem constituído parte de
nós, mesmo que minimamente.
A religião introduz nas pessoas, aquilo
que elas devem fazer para seguir o caminho do bem. Se ela falhar, deve pedir
perdão, caso contrário cairá em perdição. Resta esperar pela morte, atormentados
ou não.
Cristãos sabem que seu Deus os
espera de braços abertos.
Filhos queridos.
Tudo, exatamente tudo perdeu o sentido.
A rotina se tornou um verdadeiro
inferno. Todos vivem para si, não há motivos para boas ações agora, já é tarde.
Tudo está em falta. Quase não encho meus
pulmões de oxigênio.
Preciso cuidar de mim. Refletir e rezar,
pedir perdão pelos pecados cometidos.
Não há como se proteger.
Relembrar a juventude e ver que nada
disso faz sentido.
Sou único e estou só.
Não há mais tempo.
Sinto pena.
Não há mais sorrisos.
Sinto saudades.
Não há mais nada.
Tenho medo.
Assisto ao ultimo pôr-do-sol. Posso
ouvir o vento, sentir a brisa envolver-me o corpo e quase arrancar-me os fios
de cabelo.
Fecho os olhos.
Sentidos.
Não há mais tempo.
Pamella de Lima Chiossi.
Pamella nasceu em Foz do Iguaçu, Paraná,
no dia 12 de abril de 1995, é estudante do terceiro ano do Magistério no
Colégio Barão do Rio Branco e, se pudesse, passaria o dia dormindo e comendo.
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