2 de janeiro de 2013

As Artes das Palavras - Pleonasmo



"Hoje enquanto eu subia para cima, resolvi anexar junto esses documentos, nesse momento tive a certeza absoluta de que era o acabamento final de meu trabalho".

Quem nunca disse uma dessas frases? Por mais culto que você seja, caro leitor, não está livre de ter uma "hemorragia de sangue" ou um "panorama geral", me diga... Você nunca pensou em "adiar para depois" alguma coisa?

Essas frases são nossas amigas redundâncias que também atendem pelo nome de Pleonasmos.

O que são Pleonasmos?

Além de coisas divertidas quando ditas por outras pessoas, claro, o Pleonasmo é uma figura de linguagem, uma redundância, que pode ser proposital ou não, para enfatizar uma expressão.

"Áh, mas eu nunca disse nada disso". Sei! Vamos ver com os olhos agora, nesse momento, algumas redundâncias que, muitas vezes, nem percebemos que são redundâncias, divirta-se:

Cego dos olhos, Pessoa Humana, Unanimidade de todos, Amanhecer o dia, Surpresa inesperada, Conviver junto, Encarar de frente, Gritar alto, Certeza absoluta, Elo de ligação, Isto é um fato real, Multidão de pessoas, Estreia pela primeira vez, Cala a boca (sim, Cala a boca), Goteira no teto, Prefiro mais, Ganhar de graça, Criar novas, Própria autobiografia, Há muitos anos atrás, Viúvo(a) do falecido(a), Prefeito municipal, Comparecer pessoalmente, Conclusão final... Além dos típicos subir para cima, descer para baixo, entrar para dentro, sair para fora.

Agora, um fato verdadeiro que eu tenho a certeza absoluta de que vão rir, para ver que ninguém está livre dessas gafes vergonhosas. A frase "O cadáver do menino morto" já foi pronunciada.

Mas não fique triste, pensando em suicidar-se a si mesmo, essas figuras de linguagem também já foram usadas por escritores consagrados:

"Chovia uma triste chuva de resignação." Manoel Bandeira.
"Detalhes tão pequenos de nós dois." Roberto Carlos, Rei.
"Ó mar salgado, quanto do teu sal. São lágrimas de Portugal." Fernando Pessoa.

Agora, pior que a frase supracitada sobre o cadáver de um menino morto é a superação dela, "O cadáver de um defunto morto que já faleceu.", de Roberto Gómez Bolaños.

Pleonasmos são comuns, alguns parecem inevitáveis, o fato é que, redundâncias nos versos de Fernando Pessoa, Manoel Bandeira, Roberto Gómez, Roberto Carlos, Presidente Lula... são chiques, já na sua fala...

Se você não teve um infarto do coração ao ler isso, cuide-se com cuidado, pois na próxima postagem vamos falar sobre os palavrões, que, muitas vezes, nem são palavras tão compridas assim.

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