"Hoje
enquanto eu subia para cima, resolvi anexar junto esses documentos, nesse
momento tive a certeza absoluta de que era o acabamento final de meu
trabalho".
Quem
nunca disse uma dessas frases? Por mais culto que você seja, caro leitor, não
está livre de ter uma "hemorragia de sangue" ou um "panorama
geral", me diga... Você nunca pensou em "adiar para depois"
alguma coisa?
Essas
frases são nossas amigas redundâncias que também atendem pelo nome de
Pleonasmos.
O
que são Pleonasmos?
Além
de coisas divertidas quando ditas por outras pessoas, claro, o Pleonasmo é uma figura de
linguagem, uma redundância, que pode ser proposital ou não, para enfatizar uma
expressão.
"Áh,
mas eu nunca disse nada disso". Sei! Vamos ver com os olhos agora, nesse
momento, algumas redundâncias que, muitas vezes, nem percebemos que são
redundâncias, divirta-se:
Cego
dos olhos, Pessoa Humana, Unanimidade de todos, Amanhecer o dia, Surpresa
inesperada, Conviver junto, Encarar de frente, Gritar alto, Certeza absoluta,
Elo de ligação, Isto é um fato real, Multidão de pessoas, Estreia pela primeira
vez, Cala a boca (sim, Cala a boca), Goteira no teto, Prefiro mais, Ganhar de
graça, Criar novas, Própria autobiografia, Há muitos anos atrás, Viúvo(a) do
falecido(a), Prefeito municipal, Comparecer pessoalmente, Conclusão final... Além
dos típicos subir para cima, descer para baixo, entrar para dentro, sair para
fora.
Agora,
um fato verdadeiro que eu tenho a certeza absoluta de que vão rir, para ver que
ninguém está livre dessas gafes vergonhosas. A frase "O cadáver do menino
morto" já foi pronunciada.
Mas
não fique triste, pensando em suicidar-se a si mesmo, essas figuras de
linguagem também já foram usadas por escritores consagrados:
"Chovia
uma triste chuva de resignação." Manoel Bandeira.
"Detalhes
tão pequenos de nós dois." Roberto Carlos, Rei.
"Ó
mar salgado, quanto do teu sal. São lágrimas de Portugal."
Fernando Pessoa.
Agora,
pior que a frase supracitada sobre o cadáver de um menino morto é a superação
dela, "O cadáver de um defunto morto que já faleceu.",
de Roberto Gómez Bolaños.
Pleonasmos
são comuns, alguns parecem inevitáveis, o fato é que, redundâncias nos versos
de Fernando Pessoa, Manoel Bandeira, Roberto Gómez, Roberto Carlos, Presidente
Lula... são chiques, já na sua fala...
Se
você não teve um infarto do coração ao ler isso, cuide-se com cuidado, pois na
próxima postagem vamos falar sobre os palavrões, que, muitas vezes, nem são
palavras tão compridas assim.
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