Curiosidade: O avião da banda é pilotado pelo vocalista (e, obviamente, também piloto) Bruce Dickinson |
Prosseguindo com a leitura dos álbuns do
Iron Maiden e singles também. Seguimos então com uma mudança expressiva em sua
formação, a alteração concerne a nada mais, nada menos do que ao frontman do grupo. Paul Di’Anno sai do grupo, muitos afirmam que isso ocorreu pelo seu comportamento autodestrutivo,
com abusos no uso de cocaína, o que não agradava à banda, que era
perfeccionista no palco. Enfim, a versão oficial é que ele não tinha “energia e
carisma no palco”.
1982 |
Então que no ano de 1982 pinta o
terceiro álbum da banda, intitulado “The Number of the Beast”, com uma capa
altamente polêmica. Isso fez com que a banda tivesse projeção internacional, já
que era bastante conhecida em países da Europa, como, a Suécia e Noruega. Bruce
Dickinson sai de sua banda “Samson” e assume os vocais. Junto com ele, estão
Clive Burr, na bateria; Steve Harris, no baixo; Adrian Smith e Dave Murray, nas
guitarras. O terceiro disco foi um sucesso, vendendo 16 milhões de
cópias em todo o mundo. A capa polêmica mostra Eddie controlando o demônio por
fios de marionete e esse controla um pequenino Eddie, do hell. Aí surge aquela conversa, “número da besta”, o álbum mais
vendido da banda, pronto, eles têm parte com o capeta. Enfim, Harris no DVD “Iron
Maiden The Early Days” afirma que não, “Iron Maiden não é satânica”. Bom, se os
caras fossem, eles não diriam, mas eu não acredito numa coisa desse tipo. A
mensagem é, pelo menos para mim: você sofre influências boas e más na sua vida,
basta você dominar ou ser dominado. Típico Iron Maiden. As faixas do álbum são: “Invaders”; “Children of the
Damned”; “The Prisoner”; “22 Acacia Avenue”; “The Number of the Beast”; “Run to
the Hills”; “Gangland”; “Total Eclipse” (adicionada no relançamento da
discografia); e “Hallowed Be Thy Name”. A canção “The Prisoner”
é uma das primeiras canções do Maiden que traz uma intro com a fala extraída de
algum discurso diferente, retirado do segundo episódio do seriado “The Chimes
of Big Ben”. Algumas histórias circundam esse álbum, já ouvi rumores de que
indo para o estúdio gravar o álbum, o veículo da banda estragou e o conserto
custou exatas 666 libras esterlinas, doido, não?
1982 |
Falando dos singles relacionados ao álbum
“The Number of the Beast”, “Run to the Hills” foi um prévia do que vinha por aí.
A música que fez parte do álbum sendo a faixa 6, do “The Number of the Beast”,
tinha a canção “Total Eclipse” no lado B. Os mesmos artistas do terceiro álbum
do Maiden participaram do single. Na capa, vemos Eddie e sua famosa arma travando
uma luta com a besta em um campo de batalha. Se alguém ainda insiste em
discutir sobre a carga de informações e a bagagem cultural das músicas da
banda, “Run to the Hills”, escrita por Steve Harris, concerne à expulsão de
nativo-americanos para o oeste dos Estados Unidos da América, remoção essa que
ocorreu no governo de Andrew Jackson (mandato de 1829 a 1837). Então, corra
para as montanhas, índio "véio". Um tema que causa muitas controvérsias na
história dos “donos da América”.
1982 |
Se “Run to
the Hills” introduziu o álbum “The Number of the Beast”, o single “The Number
of the Beast” foi lançado depois do álbum. E se no single, vemos
Eddie lutando com o diabo e no álbum vemos o mascote da banda o controlando. Na
capa desse single, vemos Edward segurando a cabeça da besta. A primeira parte da
canção em que uma voz grave faz a seguinte fala: woe to you O earth and sea for the Devil sends the beast with wrath because
He knows the time is short (ai dos que habitam a terra e o mar, porque o
diabo foi enviado a vós, e tem ira, sabendo que o tempo é curto). Let him Who hath understanding reckon the number of
the beast for it is a human number. Its number is six
hundred and sixty six (Aquele que tem o entendimento, calcule o número da
besta, porque é um número do homem e seu número é seiscentos e sessenta e seis).
Essa é uma frase tirada do livro do Apocalipse. Esse single marca a despedida
do baterista Clive Burr, que algumas fontes dizem que ele teve que se ausentar
de algumas turnês por causa de uma doença em seu pai, mas no DVD “The Early
Days” o próprio Clive afirma que não queria ter saído da banda e que o
argumento para sua saída era que ele cansava demais e não tinha pique para
turnês longas. Pô, o baterista cansa mesmo.
1983 |
Chegamos,
então, ao quarto álbum da banda “Piece of Mind”, composto pelas faixas: “Where
Eagles Dare”; “Revelations”; “Flight of Icarus”; “Die With Your Boots On”; “The
Trooper”; “Still Life”; “Quest for Fire”; “Sun and Steel”; “To Tame a Land”. Eddie
nesse álbum parece ter passado por uma cirurgia e nada me impede de pensar que
tenha sido uma lobotomia. Essa cirurgia parece que ainda não estava cicatrizada.
Ainda o título do álbum serve de trocadilho com a expressão inglesa “peace of
mind”, que significa paz de espírito. Nicko McBrain faz sua estreia na banda,
Dickinson (no DVD diversas vezes mencionado) afirma que ter um novo baterista
no grupo era como ter um brinquedo novo, eles viviam experimentando até onde o
baterista podia ir, o que me parece uma tremenda sacanagem, mas, eles são o
Iron Maiden, não é mesmo? Dane-se. O álbum contou com Steve Harris, no baixo e
vocais de apoio; Dave Murray, na guitarra; Adrian Smith, na guitarra; e Bruce
Dickinson, nos vocais. Além de Nicko é claro. Além de parecer que teve uma
cirurgia cerebral, Eddie está preso em uma camisa de força, acorrentado, no que
parece ser um quarto com parede acolchoadas, que provavelmente servem de
isolamento acústico e para diminuir os danos, caso ele decida se bater.
1983 |
Um mês antes, foi lançado o single “Flight
of Icarus”, uma canção marcada pela carga mitológica, acho que todos já
conheceram o mito de Ícaro, que fez asas de cera e voou, voou e chegou perto do
sol, suas asas derreteram e ele se deu mal. Então, mais uma vez, justifica-se o teor cultural das músicas do Maiden. O lado B do single contém o
cover da canção “I’ve Got the Fire”, da banda Ronnie Monstrose. Na capa, observa-se um
Eddie com asas, portando um lança-chamas e parece que ele acertou um monstro
alado, semelhante ao símbolo da gravadora do Led Zeppelin.
1983 |
Um mês depois do álbum, é lançado um dos
mais emblemáticos e célebres singles da banda: “The Trooper”. Na minha opinião,
a música com melhor interpretação nos shows, pois, Bruce Dickinson em quase
todas as apresentações a canta vestindo uma farda do exército britânico e
balança a bandeira da Grã-Bretanha. A canção mais uma vez é inspirada em algum
elemento cultural: no poema intitulado “The Charge of the Light Brigade”, de
autoria de Alfred, Lord Tennyson, esse poema retrata a Batalha de Balaclava, ocorrida
durante a Guerra de Crimeia, em 1854. Trata-se de um soldado britânico que
avança sobre a linha de frente russa. No show de encerramento da turnê que lançava o álbum Brave New World,
Rock in Rio, Bruce Dickinson introduz a canção, recitando alguns versos do
poema: “Into the valley of death/Rode the six hundred./(...)/Cannon to right of
them,/Cannon to left of them,/(…)/Volley’d and thunder’d”, e grita The Trooper.
Essa
foi uma das poucas ocasiões que o cantor não interpretou a canção com uma farda
do exército britânico. Observa-se na capa do single, Eddie como um soldado de
guerra em meio a todo cenário que um campo de batalha pode proporcionar,
passando dezenas de cadáveres enquanto deixa a morte para trás. Nesse single,
percebemos que o Maiden se orgulha das suas origens.
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