13 de maio de 2011

Sexta-Feira, 13

 Era uma manhã de sexta-feira, 13. O vento soprava forte contra a janela da frente e o despertador tocava: era hora de levantar e ir para a faculdade.
 O pesadelo da noite anterior ainda assombrava Isabel, aquele homem alto com máscara branca, que corria em sua direção, não saia de sua lembrança. Mas, agora acordada nada poderia assustá-la, o dia tinha tudo para ser bom. Para ela, que não acreditava em superstições, Sexta-Feira 13 era apenas a véspera de Sábado, 14.
A chuva não demorou para cair e Isabel, agora molhada, havia se atrasado no banho e corria para não perder o ônibus.
No mais, tudo estava absolutamente normal: aquele senhor tomava chimarrão na varanda da casa amarela; as crianças da casa verde esperavam o transporte escolar em frente da mesma árvore, mas o garoto desta vez segurava um guarda-chuva; se a luz da casa azul estava acesa, Isabel não percebeu; a loja de móveis usados se preparava para abrir, coisa que a garota só percebeu quando ouviu o barulho de algo quebrando, Isabel só se questionava se aquela loja estava lá na quinta-feira,12; justo ela, uma moça tão detalhista, com certeza iria reparar em uma loja com aquelas características tão assombrosas.
Foi por pouco, muito pouco, que Isabel conseguiu pegar o ônibus e, junto com ela, Miguel, seu amigo de anos, que também quase se atrasara. A garota agora observava seus "colegas de tranporte coletivo" e nem se deu conta da escuridão que se firmara no céu.
O rapaz da faculdade ainda não havia terminado de ler aquele livro e já havia 2 semanas que ele começara a ler; a mulher da lanchonete escutava música, como sempre; aquele casal estava diferente, algo deveria ter acontecido na véspera; tudo normal...
Foi na metade do percurso "casa-faculdade" que seu pesadelo voltou a assombrar-lhe, na mesma hora em que um rapaz alto entrava no ônibus, um arrepio a fazia estremecer.
Achou realmente estranho o rapaz usar um capuz branco dentro do ônibus, mas... tem cada pessoa esquisita neste mundo, pensou.
Finalmente chegara na faculdade, uma instituição muito boa, porém, quase no fim do mundo. Mas, isso não perturbava mais Isabel, que há 6 meses tinha a companhia (e porque não dizer também, a proteção) de Miguel. Pena que ela só percebeu essa proteção quando já não era válida.
O novo aluno do curso de Isabel agora estava sem o capuz branco que lhe escondia parte do rosto durante o caminho da faculdade.
-Como escureceu. - comentou Isabel, tentando começar uma conversa com Miguel, para ver se esquecia todo o pesadelo daquela madrugada.
-Isso me lembra uma história, ela é um pouco assustadora, mas há quem diga que é real e eu acredito nisso. - a voz de Miguel era misteriosa - Tudo começou naquela Sexta-feira, 13, há alguns séculos atrás...


[Continua...]

Nenhum comentário:

Postar um comentário