16 de março de 2011

Felicidade

Não, eu não sou feliz. Nunca sou visto dando um sorriso se quer, salvo as paredes do meu lar.
Nunca entro naquele restaurante (a não ser para conquistar a gatinha). Logo já somos vistos na pastelaria ali da esquina.
Costumam me chamar de "o carinha mais feliz, infeliz, do mundo", um caso a parte, um erro da natureza.
Infeliz só por tomar uma latinha de cerveja e já ficar bêbado, deixando de saboriar todas as demais. Ou por não comprar uma carteira nova, para guardar os cartões de crédito que também não tenho.
Por dar uma voltinha na rua de bicicleta aproveitando cada segundo das belas paisagens, armazenando-as com cuidado nas duas memórias.
Por morar sozinho, longe da família, escrevendo um novo roteiro para a sequência do filme, "Joe e as baratas". Ah! essa tal solidão me sufoca.
Precisarei então de um livro de autoajuda. Alguém aí muito feliz para me emprestar um?

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