2 de setembro de 2010

Um dia Especial - Parte 2


(...)Quando saí para o trabalho não pude deixar de notar uma movimentação na rua de minha casa, vi alguns carros, e um caminhão, alguém estava se mudando, e aparentemente, estava chegando à vizinhança. Segui meu caminho, o local de trabalho ficava perto de minha casa, e por isso eu ia caminhando, sob chuva.
Infelizmente, cheguei dez minutos atrasado, nada ruim em um dia normal de trabalho, porque, geralmente, o chefe nunca está lá no horário que chego, porém por algum (infeliz) motivo, ele estava lá. Imediatamente, pedi desculpas e me justifiquei, o dia estava chuvoso e ele entendeu.
Nesse mesmo dia, a filha dele, uma garota muito simpática, apareceu no trabalho, ela sempre lançava olhares em minha direção, porém, eu não correspondia, por mais legal que ela fosse, ela não se encaixava nos padrões estéticos que eu prezava em uma garota, e eu nem era tão exigente. Aquela situação já durava meses, e eu não podia dizer para o patrão “oh, sua filha ta me dando bola”, porque eu tinha a impressão que ele iria gostar da ideia, se eu almejasse subir, profissionalmente, naquela empresa seria muito bom, mas o preço ainda assim seria caro.
Estava eu fazendo algumas planilhas sobre os gastos do meu setor, quando ela sentou na cadeira à minha frente e disse que seu pai queria falar comigo, em sua sala. Dirigi-me à sala do chefe, e quando passei pela porta ela entrou na sala e fechou a porta, como se o impacto da porta não fosse o suficiente, ela disse “agora, é só você e eu”.
Um desespero tomou conta do meu coração, eu não sabia se gritava, ou se esbofeteava a moça. Ela disse que gostava de mim, que me amava, e que eu seria muito feliz ao seu lado, se fosse a secretária da sala vizinha eu até gostaria, mas era ela. Eu só sabia dizer “não”, parecia um louco, me encontrava em um pesadelo.
Depois de alguns minutos ela parou de falar, e tentou algo mais desesperador, mantive distância. Disse com sinceridade que ela era legal, mas que ela não fazia o meu tipo, ela deu risada e disse “me acha feia, é?”. Eu quase desmaiei, disse para ela ir tomar água e depois ir para casa descansar, porque ela precisava tirar uma boa soneca, saí da sala e voltei ao trabalho.
Não havia se passado 30 minutos após o incidente e, dessa vez, a secretária da sala ao lado, aquela mulher linda, de voz sexy, disse (ela merece um travessão):
- José, o seu Antônio quer falar com você, em sua sala.
Pensei em perguntar se ela tinha certeza, mas se ela fizesse o mesmo que a filha do chefe, eu iria.
Quando parei à porta a sua filha sai da sala, secando os olhos que, nitidamente, estiveram molhados de lágrimas. Um filme passou em minha mente. Entrei na sala e ele pediu para eu sentar. Sua expressão, totalmente, mudada, ele estava bravo, e eu, ao que parecia, estava ferrado.

Continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário