"Dez soldadinhos saem para jantar, a fome os move;
Um deles se engasgou, e então sobraram nove.
Nove soldadinhos acordados até tarde, mas nenhum está afoito;
Um deles dormiu demais, e então sobraram oito.
Oito soldadinhos vão a Devon passear e comprar chiclete;
Um não quis mais voltar, e então sobraram sete.
Sete soldadinhos vão rachar lenha, mas eis
Que um deles cortou-se ao meio, e então sobraram seis.
Seis soldadinhos com a colmeia, brincando com afinco;
A abelha pica um, e então sobraram cinco.
Cinco soldadinhos vão ao tribunal, ver julgar o fato;
Um ficou em apuros, e então sobraram quatro.
Quatro soldadinhos vão ao mar, um não teve vez;
Foi engolido pelo arenque defumado, e então sobraram três.
Três soldadinhos passeando pelo zoo, vendo leões e bois;
O urso abraçou um, e então sobraram dois.
Dois soldadinhos brincando ao sol, sem medo algum;
Um deles se queimou, e então sobrou só um.
Um soldadinho fica sozinho, só resta um;
Ele se enforcou;
E não sobrou nenhum.
Um deles se engasgou, e então sobraram nove.
Nove soldadinhos acordados até tarde, mas nenhum está afoito;
Um deles dormiu demais, e então sobraram oito.
Oito soldadinhos vão a Devon passear e comprar chiclete;
Um não quis mais voltar, e então sobraram sete.
Sete soldadinhos vão rachar lenha, mas eis
Que um deles cortou-se ao meio, e então sobraram seis.
Seis soldadinhos com a colmeia, brincando com afinco;
A abelha pica um, e então sobraram cinco.
Cinco soldadinhos vão ao tribunal, ver julgar o fato;
Um ficou em apuros, e então sobraram quatro.
Quatro soldadinhos vão ao mar, um não teve vez;
Foi engolido pelo arenque defumado, e então sobraram três.
Três soldadinhos passeando pelo zoo, vendo leões e bois;
O urso abraçou um, e então sobraram dois.
Dois soldadinhos brincando ao sol, sem medo algum;
Um deles se queimou, e então sobrou só um.
Um soldadinho fica sozinho, só resta um;
Ele se enforcou;
E não sobrou nenhum.
"E não sobrou nenhum" é um livro escrito por Agatha Christie. Esse é um dos seus livros mais conhecidos. Ele foi lançado, inicialmente, com o título "O caso dos dez negrinhos", fato que gerou muita polêmica por muitos acreditarem que esse seja preconceituoso. Ele ainda foi publicado, no Brasil, na década de 1950, com o título "O vingador invisível" - observação: informação obtida através de pesquisa na internet.
Embora o título tenha causado bastante repercussão, o enredo é fantástico e não há dúvidas de que o sucesso do livro é decorrente da construção da estória.
Dez pessoas são convidadas a passar suas férias em uma ilha - uma grande e linda casa, na Ilha do Soldado - bastante citada na midia. Nos quartos há uma rima infantil que, de certo modo, serve de guia para o leitor.
No jantar, uma voz acusa a todos os convidados por crimes que eles, supostamente, cometeram. A partir desse momento, a história ganha um ritmo de tirar o fôlego do leitor e os seus batimentos cardíacos só voltam ao normal após a leitura da última página.
O livro possui uma narrativa atraente, dotada de características específicas da linguagem investigativa - características essas que, aos leigos, como eu, são facilmente elucidadas em notas de rodapé - e alguns implícitos da cultura dos personagens, como, a visão do nativo africano. Além disso, a escritora nos coloca em posição privilegiada, com acessos ao íntimo dos personagens, fazendo-nos sentir tensão, desconfiança, medo, apreensão, desespero, pressão, entre outros sentimentos.
O responsável se mostra muito frio, calculista. Preocupa-se com cada detalhe, como, seguir a sequência da rima, desaparecer com uma peça de porcelana da mesa da sala de jantar e em deixar, aos investigadores, um caso sem solução.
Final surpreendente. Vale a pena viajar nas páginas desse livro, páginas essas que contém surpresas a cada instante.
ResponderExcluirRealmente, foi o primeiro e até então único romance que eu li da Agatha Christie e eu achei muito boom... O final é supremo
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