"Pois vêem-se chamas nos olhos dos moços, mas no olho do ancião vê-se a luz”. Victor Hugo |
Ah! A boa idade, sim, quando nascemos para uma vida nova. Quando o cansaço bate à porta e a única vontade é de poder relaxar. Quando se olha para trás e é possível rever, relembrar, tudo que de bom aconteceu e de ruim também. Recordar com saudade e reviver com alegria.
A idade ideal para a realização de objetivos pessoais, sonhos que por algum motivo não puderam ser realizados ou mesmo procurados. Enfim, a boa idade.
No entanto, de encontro ao que chamamos de ideal está o real. Lembro como se fosse semana passada quando meu professor de Teoria Literária fez a seguinte pergunta: "qual a probabilidade do mundo ideal existir no tempo presente do narrador?", a resposta!? Nenhuma!
Infelizmente é assim, quantos de nós afirmaria que a sua realidade atual é igual à que ele acredita ser a ideal para a sua vida? De fato, planejamo-nos para o futuro.
E quando estivermos na boa idade, o que nos garante que nossas condições de vida serão as ideais?
O Brasil, um país do futuro? O avô do Arnaldo Jabor já dizia isso. Como um colega viu no título de uma reportagem em uma revista sobre o assunto, "O Brasil está de cabelos brancos", que ótimo, o IDH cresceu, mas, e a qualidade de vida dos idosos? Muitos deles morrem sem receber a sua merecida aposentadoria depois de uma vida de contribuíção. Outros sofrem para conseguí-lo.
Os nossos "jovens a mais tempo" se sentem desvalorizados pela sociedade em geral. Toda vez que vejo alguma pessoa que está na boa idade caminhando pela rua, percebo a inexistência de autoestima, a cabeça baixa, a expressão vazia.
Não consigo imaginar em alguma solução para uma melhoria, e, frustrado, apenas tento me tranquilizar acreditando que eu posso fazer a minha parte.
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