26 de agosto de 2010

Um dia Especial


Não era mais um dia comum, um dia que eu sabia que ia ficar marcado em minha vida, não sabia qual o motivo que de fato marcaria aquela data, mas eu sabia que seria algo muito especial.
Uma terça-feira chuvosa, eu acabava de acordar, atrasado, saí correndo para o banheiro, tomei um banho em menos de dez minutos, uma marca incrível, tratando-se de mim, nunca havia tomado um banho tão rápido.
Sentei-me à mesa para o café da manhã, e ela estava completamente vazia, nada, não havia pão, não havia leite, não havia café. Meus pais já haviam saído para o trabalho e eu deveria preparar meu café da manhã. Olhei para o relógio, faltava apenas cinco minutos para o próximo ônibus, rumo à faculdade, passar. Peguei a bolsa e saí.
Faltando alguns metros para chegar ao ponto de ônibus, vejo o meu único meio de transporte seguir viagem, sem mim. Corri para tentar alcançá-lo, esforço inútil, o que consegui foi encharcar o pé pisando em uma poça d’água. Resolvi seguir caminho, a pé, pelo menos até aparecer outro ônibus, ideia esplêndida se não fosse por um carro que passou por outra poça d’água e molhou e sujou minha roupa. Pensei em voltar para casa, mas era dia de apresentação de um trabalho na faculdade, não podia faltar.
Após trinta e cinco minutos de caminhada, avisto o ônibus, já estava vinte minutos atrasado, entrei no ônibus, estava lotado, as pessoas me olhavam dos pés à cabeça, e eu sentia vergonha pelo meu estado. Não demorou muito e um banco ficou livre, me sentei. Agora, eu começava a pensar que o dia estava melhorando. Passados alguns minutos, uma senhora de, no mínimo, setenta e cinco anos adentrou o ônibus, e com aproximadamente cinquenta assentos parou, justamente, perto do meu. Cedi o lugar a ela.
Cheguei à faculdade e a surpresa foi saber que não havia aula, por um momento, a vontade de praticar vandalismo explodiu em meu peito, mas seguindo uma contagem lenta de um a dez esse desejo foi se esvaindo. Voltando para casa, através do transporte já citado, acontece algo maravilhoso, o ônibus quebra. Depois de quarenta minutos, o próximo ônibus surgiu, assim, voltei para minha casa.
Como já era imaginado, eu seria o responsável pelo meu próprio almoço. Coloquei as panelas no fogo, e liguei a TV, passava um programa policial, troquei de canal, e coloquei em um jornal, um pouco mais apropriado para o horário, almoçar vendo gente morta não é agradável. Recebi um telefonema de um amigo, começamos a conversar, estávamos conversando por mais ou menos vinte minutos quando senti um cheiro desagradável de algo queimando, meu almoço acabara de se tornar gororoba não comestível.

continua...

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