Treze de abril, eu acordei atrasado.
Lavei o rosto, escovei os dentes, vesti-me. Consumi o café da manhã, em não mais de três minutos. O telefone toca. Atendo e a colega diz: “não me espera, que eu vou me atrasar”. Saí às pressas, com a mochila nas costas e a blusa na mão.
Que surpresa eu tomei, quando vi a rua molhada. Choveu? Ou foi só o orvalho? Bom, eu não sei. O que importa é que na Universidade, o “chão” era asfaltado.
Algumas lembranças passaram por minha cabeça. Um dia, ah! Sim, uma segunda-feira, de novembro, do ano passado. Lembro dela por causa da prova de fonética e fonologia, todos estavam apavorados. Nessa ocasião, ganhei uma carona do Dirceu, que estava levando a Deni, minha colega, aquela mesma, do telefone, hoje de manhã. Conversávamos sobre as estradas, em geral. Quando chegamos à universidade, ele disse:
- Vão asfaltar por aqui, né?
- Pois é, eu vi no jornal, do meio-dia, que sim. – eu disse. – Falaram que até o fim de novembro já estaria pronto.
Recentemente, um amigo me disse:
- A Unioeste tá acabada, né?
- Não, ela está se revitalizando. – contradisse.
- Aé? Tão plantando árvores? – perguntou ele.
- Não, tão asfaltando. – disse.
Desço do ônibus. Foi diferente caminhar até a sala. Diferente sentir, com os pés, algum investimento, do governo, no ensino superior.
Digo para os colegas: “Feliz treze de abril”. Todos me olhavam com perplexidade, sem entender, e eu não estava muito disposto a explicar. Um rapaz até disse: “Obrigado, hoje é o dia do beijo”. Essa informação foi novidade para mim. Mal sabia ele que o motivo da comemoração era uma mudança na universidade, que fora o chão, ainda tem muito a melhorar.
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