3 de setembro de 2012

Gladiador

 



Título Original: Gladiator;
Lançamento: 2000;
Direção: Ridley Scott;
Principais Atores: Russel Crowe, Joaquin Phoenix, Connie Nielsen;
Duração: 155 minutos;
Gênero: Épico, Aventura, Drama e Ação.









Por que o filme "Gladiador" é um dos melhores em toda a história do Cinema? Na minha opinião é um dos melhores, sim. Filme premiado pela Academia, com 5 estatuetas do Oscar, traz grandes reflexões condizentes com a nossa realidade. O roteiro é muito bom, as atuações são fantásticas, os personagens inspiradores e a trama em si é perfeita.
Embora haja diversas qualidades, o filme chama atenção por um aspecto principal que é a relação do povo com a política. Marcus Aurelius, Imperador de Roma, desejava que a cidade voltasse a sua origem, que era a república. Commodus, seu filho, descontente com a decisão do pai, o mata. Maximus, protagonista da história, general do exército do Império e a pessoa escolhida pelo até então Cesar para governar até que o senado estivesse pronto para tranformar Roma em uma República não se submete ao pedido de lealdade de Commodus, agora, imperador.
Maximus é então levado para ser morto, mas consegue escapar, o que não acontece com a sua família. Ele é, então, encontrado por um homem, vendedor de escravos, que o vende para Proximus, um ex-gladiador cujos negócios giram em torno desse mercado, as lutas entre homens armados em que o objetivo é matar o seu adversário. O ex-general agora é conhecido como o Hispaniol, o gladiador.
O enredo segue com as lutas dos gladiadores no imenso Coliseu, a conspiração para derrubar o Imperador, o que leva a um embate que culmina na morte de alguns personagens que foram essenciais para a trama.
Toda produção artística se torna mais valiosa quando transmite uma mensagem, "Gladiador" traz um recado que é fantástico, emancipador, diferente de qualquer outro filme de cunho comercial muito comum nos cinemas de qualquer cidade: a manipulação da massa.
O novo Imperador, Cesar, antes Commodus, organiza um torneio de lutas a fim de trazer entretenimento para o povo. Jogos que foram banidos de Roma por seu pai e que agora serviam de manipulação da massa, entretenimento e suposta homenagem à memória de Marcus Aurélius. O senado, atento a cada passo do Imperador, se surpreende com a destreza e esperteza de Commodus, pois desse modo ele conseguiria ganhar o povo para si, dificultando qualquer tentativa do senado em tornar Roma uma república. Na cidade, há alguns problemas, como, o saneamento básico, o sistema de lixo, mas a população está feliz com os jogos. Isso te lembra algo? Um país que sofre com problemas socias e que decide organizar jogos para levantar o autoestima do seu povo. Para mim, soa familiar.
Contudo, Maximus, o Hispaniol, inimigo de Commodus, é um gladiador e, depois de mostrar suas habilidades de luta no Coliseu, se torna amado pelo público. O Imperador sabe que Maximus quer vingança por quase ser morto a partir de uma ordem sua e, por isso, começa a manipular os jogos com o intuito de que o Hispaniol morra, o que não acontece. Assim, o gladiador se torna cada vez mais amado e aclamado pelo povo. Como seria se um político de nosso país quisesse o fim de um super atleta de futebol, ídolo da nação? De qual lado você ficaria?
Uma discussão entre o Imperador e alguns senadores, chama bastante a atenção para as questões de interesse do povo. Commodus diz que foi um defeito de seu pai, ler livros, estudar filosofia, ler as reivindicações do senado e, no fim, o povo era esquecido. Gracchus contrapõe afirmando que o senado é o povo, são políticos escolhidos pelo povo para lutar por eles. Commodus rebate dizendo que duvida que algum cidadão coma tão bem quanto o senador ou que tenha amantes tão esplêndidas quanto outro político e diz que o povo é seu filho e que sente amor por eles. Gracchus, então, diz se o Imperador iria abraçar algum indivíduo da massa que tenha peste.
Essa cena é muito boa e deixa claro a relação política que existe. O povo serve apenas de pano de fundo para ataques entre eles. A briga pelo povo acontece apenas com o intuito de conquistar poder e não se pensa no bem comum a todas as pessoas e mais uma vez, o filme nos traz algo que é muito condizente com o nosso contexto, sabemos que em nosso país não há uma política definida, que há um jogo de interesses e que os aliados de hoje podem ser os inimigos de amanhã ou vice-versa. O que dizer de Collor e Lula?
Enfim, acabo desvalorizando o filme trançando esses paralelos com a realidade que enfrentamos, mas tento justificar o quão significante e profundo é o conteúdo abordado no filme, que atrai pelas cenas de luta e que possui uma trama bem elaborada e envolvente e, sobretudo, traz mensagens emancipadoras.



Um comentário:

  1. Excelente post, gostei da maneira que é exposto o resumo e sua crític do filme.

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