4 de agosto de 2011

Pensei e Falei

Outdoors, da campanha contra o aumento do número de vereadores, espalhados pela cidade
Bom, o assunto é política. Confesso que não gosto de falar nesse tema, pois a minha esperança já morreu em relação à esse grupo de pessoas que está lá para defender os "meus" interesses. Porém, um fato, que julgo importante, aconteceu nessa cidade: uma manifestação da população.
Há algumas semanas, o vereador Hermógenes de Oliveira lançou, na câmara, um projeto que almejava um aumento no número de cadeiras na casa. Discontente com o projeto, a população revidou. Em contrapartida outro projeto, de iniciativa popular, estimulado pela ACIFI, foi elaborado pela OAB de Foz do Iguaçu. Ele prevê uma limitação no número de vereadores, um limite máximo de quinze vereadores (número atual). Além disso, pede-se uma redução no orçamento da câmara.
O resultado só foi possível porque a população contribuiu com mais de doze mil assinaturas.
Poderia encerrar o post por aqui e, desse modo, torná-lo um texto informativo. Mas, como eu tenho a intenção de classificá-lo como um texto de opinião, coloco algumas impressões pessoais as quais "encontram acalento aqui".

ATO 1
Ouvi pelo rádio, em uma das raras vezes em que o escuto, uma colocação de uma senhora idosa, sobre a sua opinião em relação ao aumento do número de vereadores no município. Dentre vários ouvintes, ela foi a primeira a falar sobre a educação. Ela, sem nenhuma grande instrução aparente e com traços do linguajar coloquial, simples, característico do cidadão humilde, disse que ao invés de aumentar o número de vereadores, deveria-se aumentar o salário dos professores "que aguentam as nossas crias, eu mesma, meu filho, tenho um neto que é terrível".

ATO 2
Na universidade, havia um cartaz informando que ali haveria um formulário para as pessoas que quisessem assinar o abaixo assinado que manifestava a não aprovação por parte da população sobre o projeto elaborado pelo vereador. Adentro ao DCE e pergunto para o Marcos, "companheiro", não... melhor... parceiro de discussões, sobre o paradeiro do abaixo assinado, ele responde não saber. Depois de uma conversa sobre atitudes políticas (falamos que o Brasil tem os maiores impostos do planeta - pura verdade -, que o primeiro ministro de Portugal tentou baixar os salários dos servidores públicos para pagar uma dívida externa e que a população se revoltou e isso não foi possível, falamos que o Brasil emprestaria o dinheiro para Portugal e outras coisas mais). Para terminar a conversa, encerrei dizendo "Marcos, a culpa é nossa, que nascemos na época errada. Afinal, o Brasil é um país do futuro".

ATO 3
Encontro pelos corredores, dias depois da conversa com o Marcos, um amigo que me pergunta se eu sabia do abaixo assinado e se eu já havia assinado, ele me informou o paradeiro do documento. Então, como um cidadão ativo, coloquei meu nome na lista e preenchi o número do RG. Pronto. Fiquei contente. Senti que havia feito algo importante.

EPÍLOGO
Hoje, li uma crônica do professor sobre as lágrimas que não o comovem mais. Fiquei extremamente feliz, pela participação de muitas pessoas, responsáveis pela iniciativa. Porém, há uma preocupação ou um medo: ver uma daquelas pessoas candidatas a uma das quinze vagas da câmara de vereadores da cidade. Isso me ocorreu, pois, há dias atrás, vi aquela professora, que fez uma bela fala sobre a educação de seu estado (e que é realidade em todo o país), no horário político, com o imblema de um partido político que não vou citar, pois não me pagaram para fazer propaganda. Uma jogada de mestre. Agora, ela faz parte daqueles que fazem a minha esperança estar, a cada dia, um palmo a mais abaixo da terra.

2 comentários:

  1. Então José, também deixei meu nome no tal abaixo assinado alguns dias depois. Ele estava percorrendo a universidade. (Na verdade, deveria estar no DCE pelo grande número de pessoas que passam ali todos os dias).

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  2. Com certeza, eu quase não passo no protocolo, só pra fazer algum requerimento... Agora, no DCE, é todo dia

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