5 de agosto de 2012

Fernando Pessoa


Fernando Antonio Nogueira Pessoa nasceu em 13 de junho de 1888 na cidade de Lisboa, Portugal. Considerado pela crítica como um dos maiores poetas de língua portuguesa, chega a ser comparado com Luis de Camões.
Em 1893 perde o pai e em 1894 o irmão. Nesse ano Fernando Pessoa cria um "amigo imaginário", Chevalier de Pas. Em 1895, após o casamento de sua mãe com um cônsul português, muda-se para Durban, África do Sul, onde  adquire contato com o inglês. Em 1906 inicia um curso de Letras em Lisboa, mas, menos de um ano depois, abandona e monta uma tipografia, que tem duração efêmera. Em 1908 começa a trabalhar como correspondente estrangeiro em um jornal.
Em 1915 publica, junto com Mário de Sá-Carneiro, Ronald de Carvalho, Almada Negreiros e Luis de Montalvor, a revista Orpheu, o marco do início do Modernismo em Portugal.
Pessoa falece em 30 de novembro de 1935, no Hospital de São Luís, Lisboa, de uma grave crise hepática.
Uma das caracteristicas de Fernando Pessoa, ortônimo, é o Fingimento, para ele o poeta finge ao escrever versos.

"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.[...]"
(Autopsicografia)


Mas, não é por participar do marco do Modernismo que Fernando Pessoa torna-se um poeta tão grandioso. Seu prestígio se deve a seus heterônimos, que seria a criação de um nome, uma personalidade e, no caso de Pessoa, uma biografia diferente da sua para o suposto autor de suas obras.
Os heterônimos mais famosos de Fernando Pessoa são:

ALBERTO CAEIRO da Silva: Nascido em 16 de abril de 1889, em Lisboa. Orfão de pai e mãe, vivia no campo com uma tia, não tinha profissão e possuia apenas a instrução primária. Morreu em 1915, de tuberculose. A principal carecterística de sua poesia é o fenômeno do Sensacionismo, que significa acreditar apenas no que se vê e sente.

 "Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.[...]"
(Guardador de Rebanhos, parte IX)


RICARDO REIS: Nascido da Cidade do Porto, em 19 de setembro de 1887. Era médico, autodidata, defendia a Monarquia e não concordava com a República, fato que fez com que Reis buscasse se autoexilar no Brasil em 1919 . Sua obra possui caracteristicas Epicuristas, que é aproveitar o que o dia tem a lhe oferecer, "Carpe Dien". Ricardo Reis não teve sua morte definida por Pessoa, mas sim, por Saramago.

"Tirem-me os deuses
Em seu arbítrio
Superior e urdido às escondidas
O amos, glória e riqueza. [...]"
(Tirem-me os deuses)


ÁLVARO DE CAMPOS: Nascido em Tavira, no dia 15 de outubro de 1890. Engenheiro Naval e Mecânico formado na Escócia, judeu. Sua principal caracteristica é o Futurismo, é contrário às industrias, fumaça, barulho de carros, é o poeta do contra. Morre em 1935.

"À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.[...]"
(Ode Triunfal)


Além desses, Pessoa cria o semi-heterônimo Bernardo Soares, ajudande de guarda-livros em Lisboa. Coelho Pacheco, Alexander Search, Antônio Mora, Barão de Teive, Frederico Reis, Pero Botelho.
                                                                                                                      
                                              
"Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães [choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu."
(Mar Português)
               
Aos interessados em conhecer melhor a obra desse[s] poeta[s], indico o livro "Como ler Fernando Pessoa", de José de Nicola e Ulisses Infante, Editora Scipione.

"Viver não é necessário; o que é necessário é criar."
Alexander Search


2 comentários:

  1. Autopsicografia é meu poema preferido dele. E acredito que de muita gente também :)

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  2. Verdade. Para mim, Fernando Pessoa tem muitos poemas interessantes, admirável essa capacidade de criar heteronimos igualmente criativos.

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