Crônicas de Nárnia - Volume Único

Nárnia, Nárnia, desperte! Ame! Pense! Fale! Que as árvores caminhem! Que os animais falem! Que as águas sejam divinas!

Esse livro reúne as sete estórias a respeito de um mundo mágico: Nárnia.

São 741 páginas que contam as estórias da terra de Nárnia, lugar mágico onde habitam animais comuns, animais falantes, seres humanos advindos de terras longínquas e seres mitológicos. O autor da obra é Clive Staples Lewis, irlandês, nascido em 1898 e amigo de outro escritor conhecido, J. R. R. Tolkien, autor da série O Senhor dos Aneis, cujas divagações a respeito de estórias fantásticas aconteciam, numa espécie de clã chamado Inkilings, em que ambos faziam parte.

Bom, são sete "crônicas" que se organizam cronologicamente em: O Sobrinho do Mago; O Leão, A Feiticeira e O Guarda-roupa; O Cavalo e Seu Menino; Príncipe Caspian; A Viagem do Peregrino da Alvorada; A Cadeira de Prata; A Última Batalha.


O SOBRINHO DO MAGO

Nessa primeira estória, sabemos como Nárnia foi criada, como chegaram os primeiros homens a essa terra, como também sabemos como o Mal entrou nesse mundo.

Os protagonistas são Digory e Polly. Ele tem uma mãe doente, uma tia comum e um tio biruta. Esse tio consegue, por meio de conhecimentos mágicos que ele adquiriu de sua madrinha, fazer aneis que pudessem chegar a uma dimensão onde se pode ter acesso a todos os outros mundos. Certo dia, as crianças, um pouco depois de se conhecerem, entram no quarto escondidos do Tio André. O senhor os pega em flagrante e faz com que eles testem os aneis.
A partir daí, eles viajam por outro mundo, onde encontram Jadis, a Feiticeira Branca, e depois de algumas confusões no nosso mundo, acabam entrando em Nárnia, no momento de sua criação por Aslam.

O Leão voltou a falar, mas não para Digory
- Vejam só, companheiros: antes que o mundo limpo e novo que lhes dei tivesse sete horas de vida, a força do Mal já o invadiu, despertada e trazida até aqui por este Filho de Adão.

Aslam pediu para Digory, a fim de consertar seu erro, trazer uma maçã de um jardim distante. O Leão deu-lhe a maçã para que ele entregasse a sua mãe que ao comê-la se curou. Dessa maçã, tirou a semente e enterrou, nasceu a árvore e da sua madeira fez um guarda-roupa.

O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

A segunda estória traz quatro seres humanos da longínqua terra do Guarda-roupa, que vão para Nárnia para acabar com o inverno que já dura um século. A Feiticeira Branca, conhecida em Sobrinho do Mago como Jadis, domina o mundo criado por Aslam. Os anões e os lobos são seus principais aliados. Todos que se revoltam são transformados em pedra.
No entanto, a sua soberania é ameaçada por uma profecia que afirma que quando dois filhos de Adão e duas filhas de Eva sentarem nos tronos de Cair Paravel, o inverno deixará de reinar em Nárnia, junto com a Feiticeira.
Nesse segundo livro, muitas aventuras acontecem. Há traição, guerra e sacrifício.

   - Há um traidor aqui, Aslam! - declarou a feiticeira.

[...]

- Não foi bem a você que ele ofendeu - disse Aslam.

- Já se esqueceu da Magia Profunda? - perguntou a feiticeira.

[...]

- Afastem-se - disse Aslam. - Preciso falar a sós com a feiticeira.

O CAVALO E SEU MENINO

Esse livro conta com uma particularidade, uma característica incomum em relação às outras estórias contadas sobre Nárnia, não há nenhum personagem oriundo do nosso mundo, além, é claro, dos Reis e Rainhas de Nárnia: Pedro, Edmundo, Suzana e Lucia. A trama se desenvolve na Era de Ouro de Nárnia. Nesse terceiro momento, não há tanta ênfase sobre Nárnia, mas sim, sobre a Arquelândia, Calormânia e Tashbaan. Nárnia e Arquelândia ficam mais ao norte, enquanto Calormânia e Tashbaan ficam mais ao sul.

Calormânia é a cidade onde começa a estória de Shasta, um menino adotado que certo dia conhece um cavalo falante nascido em Nárnia chamado Brirri-rini-brini-ruri-rá, mas conhecido apenas como Bri.

O cavalo propõe ao menino que os dois fujam para o norte, Nárnia, uma terra feliz, longe da escravidão.

Na viagem, eles encontram Aravis e sua égua, também narniana, Huin. Os quatro decidem seguir viagem juntos, porém, ao chegar em Tashbaan, são obrigados a se separar.

Shasta acaba tendo uma estadia com os reis de Nárnia e Aravis com uma amiga nobre.

A estória se desenrola de maneira fantástica e ao fim, temos um final super agradável.

- Fabuloso! - exclamou Shasta. - Vamos para o Norte. É para o Norte que eu sempre quis ir a vida inteira.
- Sem dúvida - comentou o cavalo. - É a voz do sangue. Você para mim só pode ser nortista. Fale baixo... Já devem estar quase dormindo.

PRÍNCIPE CASPIAN

O livro retrata a história de Caspian X, filho do Rei de Nárnia, cujo trono é usurpado por seu tio: Miraz. Como seu tio não possuía nenhum filho, Caspian era o primeiro na linha de sucessão, porém com o nascimento de seu primo, Caspian passou a correr perigo e foi orientado a fugir do castelo por seu tutor, que era fruto de uma mistura de castas - um meio anão.
Essa quarta estória se passa muitos e muitos anos depois da era de ouro de Nárnia quando foi reinada pelos quatro grandes reis: Pedro, Suzana, Edmundo e Lúcia. Havia se passado tanto tempo, que os animais falantes, os faunos, os anões e todas as outras criaturas que sempre habitaram Nárnia eram tidas como lendárias. Elas viviam refugiadas nas florestas mais distantes e escuras.
Na fuga, Caspian encontra vários desses antigos narnianos e, junto a eles, elabora um plano para derrotar Miraz e recuperar o trono que lhe pertence.
Vindos do passado, ou melhor, de outro mundo os quatro grandes reis de Nárnia, Pedro, Suzana, Edmundo e Lúcia, unem-se a Caspian e os narnianos para a batalha.

- Viva o rei! - gritou. - Os meus filhos e eu estamos prontos para a guerra. Quando se trava a batalha?
[...]
- Você fala de uma guerra de verdade para expulsar Miraz? - perguntou Caspian.
- E o que mais poderia ser? - indagou o centauro. - Que outro motivo teria Vossa Alteza para andar de cota de malha e espada à cinta?
- Será possível, Ciclone? - perguntou o texugo.
- É o momento oportuno - respondeu ele. - Eu observo os céus, texugo, porque compete a mim vigiar, como a você compete não esquecer. Tarva e Alambil encontraram-se nos salões do firmamento, e na terra voltou a surgir um filho de Adão para governar e dar nome às criaturas. A hora do combato soou. O nosso encontro no Gramado da Dança deve ser um conselho de guerra.

Nesse livro, há uma triste surpresa para os irmãos mais velhos Pedro e Suzana.


A VIAGEM DO PEREGRINO DA ALVORADA

Essa estória conta com a terceira passagem de Edmundo e Lúcia, agora, acompanhados por seu primo, o chato, Eustáquio.
Enquanto seus irmãos mais velhos, Pedro e Suzana, estão passando férias longe de suas casas, Edmundo e Lúcia vão para a casa dos tios, onde têm que suportar o seu primo Eustáquio. Menino irritante e metido a nerd.

Após uma conversa no quarto em que Edmundo e Eustáquio dormem, os três são mandados para Nárnia, onde encontram Caspian X, no meio do oceano. Eles são resgatados para dentro de um navio, o Peregrino da Alvorada.
Todos seguem então para a missão de encontrar os sete fidalgos, amigos do Rei Caspian IX. Além disso, eles pretendem chegar no fim do Mundo, na terra de Além Mar, país de Aslam.
O roteiro de viagem é incrível, eles passam por ilhas, cada uma com características específicas, enfrentam perigos no mar, a viagem é realmente atraente, eu gostaria de estar a bordo do Peregrino.
Se eles chegaram no fim do mundo!? Acho melhor ler.
Eustáquio, resolveu escrever, no início de sua estadia no Peregrino da Alvorada, um diário.

"4 de setembro. O tempo continua calmo. Rações muito pequenas para todos e para mim menos do que para os outros. Caspian é muito esperto ao servir-se, mas julga que eu não o vejo! Lúcia, não sei por que razão, quis reconciliar-se comigo e ofereceu-me da ração dela, mas o intrometido do Edmundo não deixou. O sol está quentíssimo. Tive uma sede horrível a tarde toda".

A CADEIRA DE PRATA

Esse sexto romance sobre a terra de Nárnia traz ao leitor uma novidade, se você acabou se acostumando com os personagens principais Pedro, Suzana, Edmundo, Lúcia e Caspian, você sentirá falta deles, pois a estória agora é protagonizada por Eustáquio e Jill.

Fugindo dos grandões do colégio, aquelas crianças maiores que gostam de se prevalecer dos menores, os praticantes de bullying, Eustáquio e Jill acabam parando na terra de Nárnia. Jill, curiosamente, em sua primeira vez nessa terra, encontra quem a criou, o próprio Aslam, que passa a ela, sinais que os dois devem seguir.
Eles receberam uma missão: ajudar o Rei Caspian X, agora velho, que saiu em viagem a procura de seu filho, que desapareceu ao buscar vingança pela morte de sua mãe, a encontrar o rapaz. Para essa missão eles contam com a ajuda de um paulama, uma criatura super engraçada e pessimista chamada Brejeiro.

- Qual é o seu nome, por favor? - perguntou Eustáquio.
- Brejeiro. Mas não tem a menor importância se esquecerem. Não me custa nada continuar dizendo que meu nome é Brejeiro
[...]
- Ora, como é que vocês poderiam gostar da nossa comida? De qualqer maneira, enquanto fico tentando, os dois podiam tentar acender o fogo; não custa nada tentar! Tem lenha detrás da cabana. Deve estar danada de úmida. Podem acender fogo dentro da cabana e chorar com a fumaceira, ou podem acender o fogo do lado de fora, e aí a chuva chega e apaga tudo. Aqui está a minha binga; suponho que não saibam mexer com isso?

Eles passam por boas aventuras juntos, enfrentam gigantes, dragões e uma feiticeira do mal. O por que da cadeira de prata? No fim da estória é possível descobrir.

A ÚLTIMA BATALHA

E assim, tudo chega ao fim. Nessa última estória, os principais são Jill e Eustáquio novamente, em um tempo bem depois do reinado de Caspian X. O rei nesse momento é Tirian, o último rei de Nárnia, pois o fim desse mundo está próximo.
Em "A Última Batalha" acontece um conflito entre os Calormanos e Narnianos.
O principal problema é a existência de um falso Aslam, que aplica ordens sobre os narnianos que inocentemente seguem os seus comandos.

Além desse conflito político, aparece também o conflito das crenças entre os povos, o Macaco, mentor de toda essa mentira faz com que os narnianos acreditem que Aslam e Tash são a mesma criatura, e eles passam a venerar Tashlam.
Ao fim, o verdadeiro Aslam aparece para acabar com a Nárnia que eles conheciam e elevar os seus verdadeiros fiéis ao que ele chama de verdadeira Nárnia. Lá estão todos os Reis e Rainhas de Nárnia, além é claro, de todos os moradores, criaturas que mereceram estar lá.
Digory, Polly, Pedro, Lúcia, Edmundo, Rei Franco, Rainha Helena, os primeiros nobres de Nárnia, todos voltaram para Nárnia nessa transmissão, apenas Suzana não voltou, pois ela não era tão ligada a essa terra como antes.

Então a Lua apareceu, numa posição completamente errada, bem pertinho do sol; e ela também estava vermelha. E, assim que ela surgiu, o sol começou a lançar-lhe umas chamas enormes, como se fossem serpentinas de fogo carmesim; parecia um polvo tentando puxá-la para perto de si com seus tentáculos. E talvez tenha sido isso mesmo o que aconteceu, pois a Lua se aproximou dele, a princípio devagar, depois mais rápido e cada vez mais depressa, até que afinal as compridas chamas a envolveram totalmente e os dois se fundiram, transformando-se numa bola de fogo colossal. E daquela enorme brasa ardente começaram a pingar pedaços de fogo, que caíam no oceano levantando nuvens de vapor. Então Aslam disse:
- Que agora haja um fim!

O livro conta ainda com um texto do autor a respeito de como fazer narrações para crianças demonstrando um pouco de seus conhecimentos sobre literatura.
Enfim, pela juba do Leão, é uma grande saga, clássico da literatura infanto-juvenil, atraente para todas as idades.
Boa leitura, recomendo!