"Eu", pensou o pequeno príncipe, "se tivesse cinquenta e três minutos para gastar, iria caminhando calmamente em direção a uma fonte..." |
Provavelmente você já ouviu ou leu a frase que
agracia essa postagem em algum momento da sua vida. Trata-se de um trecho do livro
“O Pequeno Príncipe”, tema da coluna de hoje.
Essa obra é um clássico da literatura universal. O
livro foi escrito em 1943 por Antoine Saint-Exupéry. Lembro-me de um dia, na
faculdade de Letras, quando um colega de aulas de redação me perguntou se eu já
havia lido. Pude responder, sem remorsos, que sim. No entanto, já não me lembrava
de sua grandeza.
O narrador que, assim como o autor pilota aviões,
sofre uma decepção aos seis anos de idade que marcará o resto de sua vida: a
incompreensão humana, a falta de imaginação do adulto, a frieza com que se faz
uma criança deixar de lado o que ela gosta para lhe impor obrigações. Quando
pequeno, ao ler um livro sobre floresta virgem, o narrador desenha uma jiboia
que engoliu um elefante. Ao mostrar para os adultos, eles não entendem o
significado do desenho e afirmam representar nada mais é do que um chapéu.
Mais velho, ele ainda não se esquece do fato e
sempre que encontra alguém que dê alguma pista de intelectualidade que
sobressaia ao senso comum, ele mostra o desenho, mas logo o guarda por não ter
a resposta que gostaria.
Em uma de suas viagens de avião, ele foi obrigado a
fazer um pouso de emergência e, ao acordar no dia seguinte, escuta a voz de uma
pequena criança que lhe pede para ilustrar um carneiro. Por não ter prática em
desenhar, ele diz que não sabe fazer e mostra o único desenho que fizera em sua
vida, o mesmo criado aos seis anos de idade. Surpreendentemente, ele ouve a
resposta de que uma jiboia é muito perigosa e que um elefante ocupa muito
espaço. Nesse dia, ele conheceu o Pequeno Príncipe.
A partir daí, o livro traz uma sequência de fatos
que mostram a vinda do Pequeno Príncipe à Terra, os asteroides pelos quais ele
passou, as convivências que ele teve. É espantosa a qualidade dos diálogos que
o autor constrói.
O Pequeno Príncipe passa por seis asteroides e
conversa com um Rei, um Vaidoso, um Contador, um Beberrão, um Lampeão e um
Geógrafo. Cada personagem habita seu próprio planeta e possui costumes específicos
que não são atraentes aos olhos do Pequeno Príncipe.
Quem lhe dá as boas-vindas na Terra é uma serpente.
E esse é o primeiro contato com o mundo dos homens, onde o menino procura por
amigos. Ele sobe numa montanha e grita... O eco de sua voz faz com que ele
pense que os homens não têm criatividade e apenas repetem a sua fala. Em
seguida, ele encontra um jardim em que há cinco mil rosas, iguais a que existe em
seu planeta. Fica triste, então, por descobrir que ela não é única no universo.
É nesse momento que ele encontra uma raposa e
entende que, mesmo havendo milhares da mesma espécie, cada ser possui a sua
individualidade. Cada ser desperta no outro um significado especial que é o que
o torna diferente dos demais, que é o que faz o outro chorar nos momentos de
despedida. Que o “torna eternamente responsável por aquilo que cativas”. Assim,
a raposa devolve ao Príncipe a afeição pela rosa que tanto lhe faz falta.
O piloto de avião, por vezes, perde a paciência com
o Pequeno Príncipe, pois precisa consertar a máquina para sair do deserto. Os
dias vão passando e ele vai descobrindo mais a respeito desse habitante de
outro planeta. Descobre que no lugar em que ele mora há uma rosa, dois vulcões
ativos e um extinto e que às vezes nascem os baobás - plantas que tomam todo o
planeta.
Após o oitavo e último dia em que havia água, o
homem e o Príncipe caminham em busca de saciar a sua sede, pois sempre há um
poço no deserto. Eles encontram. Isso acontece um dia antes de completar um ano
da chegada do Pequeno Príncipe à Terra e ambos sabem que a hora do adeus está
próxima. Em um clima muito emocionante, os dois se despedem e o principezinho
se vai.
O livro é fantástico, a narrativa é rápida e
consistente, marcada por diálogos que provocam uma grande reflexão e com uma
linguagem charmosa, atraente para as crianças e divertida para os adultos. Além
disso, há ilustrações feitas pelo próprio autor, o que faz com que as crianças
tenham mais interesse pelo livro. Conforme o meu amigo, naquele meu segundo ano
de letras, disse que a leitura desse livro é obrigatória para qualquer
acadêmico desse curso, estendo essa frase afirmando que esse livro é para todos
aqueles que, de fato, apreciam a literatura.
A seguir, uma passagem em que encontramos mais uma
das memoráveis frases encontradas no romance: “o essencial é invisível aos
olhos”.
— Vai rever as rosas. Assim compreenderás que a tua
é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te presentearei com
um segredo.
(...)
E voltou, então, à raposa:
(...)
E voltou, então, à raposa:
— Adeus... – disse ele...
— Adeus – disse a raposa. – Eis o meu segredo. É
muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.
Oi José Luiz! Que bom que gostou do post, a princípio eu pensava em evitar algo muito reflexivo, mas não deu mesmo. A gente se vê um pouco sozinha por aqui e a necessidade de dividir é muito grande. Não entendi muito bem a pergunta que me fez sobre a abertura em slides, mas se é referente ao programa, não sei te dizer... o template que uso veio pronto, entende? Apenas substituí as fotos no html, então não sei nem o nome da coisa toda, hahaha!
ResponderExcluirSobre o Pequeno Príncipe, tenho lá as minhas dúvidas. É um bom livro até certo, mas acho que dissemina alguns chavões. Do meu ponto de vista, claro. Em todo o caso, eu recomendaria também, afinal, um mesmo assunto sempre será interpretado de formas diversas...
Abraços! :)
Comi uma palavra ali em cima: "É um bom livro até certo PONTO", faltou dizer.
ResponderExcluirObrigado, Paty...
ResponderExcluirÉ legal acompanhar a trajetória.. conhecer tudo sobre o que é estudar fora do Brasil, as alegrias, as dificuldades e tudo que afeta não só a formação profissional de alguém, mas a formação enquanto pessoa...
Obrigado, reli a minha pergunta depois que publicou e vi que não ficou nada clara mesmo.. mesmo assim obrigado, era sobre aquilo mesmo...
E continue postando que eu vou continuar lendo
=D
Abraços
Rapaz, realmente a formação enquanto pessoa pega muito mais. A parte profissional é pouco afetada em relação a nossa personalidade - em 4 meses eu me vejo bastante mudada. Não sei se é porque somos colocados em situações limite ou o quê, só sei que no fim das contas faz bem. Talvez se eu não tivesse vindo para cá nunca saberia o valor de certas coisas. Claro que ainda há muito por descobrir, mas o pouco que já me foi possível ver, valeu a pena. Obrigada por esse apoio, fortalece.
ResponderExcluirAbraços!
Muito show.. desejo que tudo seja proveitoso e que consiga extrair o melhor de cada experiência.
ResponderExcluirAbração!
Pela resenha, parabéns, depois de ler com tanto cuidado fico até com vergonha de lhe dizer que nunca li Pequeno Príncipe e não foi por falta de oportunidade falta de interesse mesmo ''/
ResponderExcluirEntão, eu indico.. é um livro que não é muito extenso.. não demoraria muito em ler. Às vezes, penso que era bobo quando era criança, esse livro me causou a impressão que talvez tenha perdido um pouco da imaginação e da criatividade que eu tinha.
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